Quando nos toca a nós...

A crise, a crise, a crise. Já tou farto de tal palavra. Farto porque a ouço demasiadas vezes e farto porque a intensidade dela é por demais evidente e porventura, será cada vez mais complicado prever que ela abrande ou até mesmo, o que seria desejável, que ela acabe.

Mas hoje escrevo para constactar um facto: Português que é Português olha apenas para o seu quintal!

Foi encerrado o SAP de Anadia, a população local sai à rua, protesta em busca de uma outra solução. Que pensará uma pessoa de outra terra? Muito provávelmente diz, 'antes lá do que cá'. É encerrada a maternidade da Figueira da Foz, a população protesta e critica este e aquele. A reacção de uma qualquer pessoa de um qualquer local que não seja a Figueira: pouco se importa, ou simplesmente dá apoio moral.
Encerra uma Fábrica, vão 200 pessoas para o desemprego, 200 familias (ou perto disso) perdem um ordenado fundamental. Aqui o Português dirá, 'antes ele do que eu'.

Isto transformou-se no 'salve-se quem puder'!

E é pena que assim seja, dado que uma destas situação pode-nos bater à porta quando a malta menos espera.

Foi publicado no Notícias de Gouveia, que os trabalhadores da Prafil iriam entrar em greve. Foi igualmente noticiado pelas estações de televisão.

Aqui o caso muda de figura. Aqui já será a população do Concelho de Gouveia e, muito particularmente, Paços da Serra que sentirá angústia pelo eminente encerrar de portas da Prafil.

Tanto quanto li e ouvi, os ordenados já não são pagos há alguns meses, tornando-se insustentável viver desta maneira. É absolutamente incrivel que as coisas cheguem a este ponto.

Mas que fazer? Será que devemos virar a cara para o lado e fingir que nada se passa? Será que devemos simplesmente abandonar aqueles trabalhadores? A resposta é, obviamente, NÃO!

Entendo que em situações como estas, a solidariedade deverá ser ponto de ordem. Cada um dentro das suas possibilidades e conhecimentos deverá contribuir para que se consiga levar o 'barco a bom porto'.

Para que não se volte a cair no erro de abandonar e deixar à sua sorte os muitos trabalhadores e trabalhadoras, como aconteceu no caso dos Bellinos.

É preciso mostrar amor por Gouveia e pelo seu Concelho. E nos tempos que correm, não é dificil encontrar pessoas a agirem de modo diferente!